segunda-feira, 10 de abril de 2006

::: saudades de quase nada :::


eu morro de saudades
daquelas coisas nunca dantes vividas ...
do tempo em que acontecia quase nada ...
da antiga namorada ...
morro de saudades
daquela rua em que sempre me perdia ...
e da calçada que fugia
da viagem pelo espaço sideral pelo fim da tarde ...
lembro com esperança do tempo não vivido
e da stória contada ao contrário ...
esqueço os fins e relembro sempre os começos
do tempo e dos pedaços de teto no chão ...
eu ando morrendo de saudades de chutar o balde
e jogar na cara do mundo areia de tudo o que é passado ... presente ... ou futuro ...

(guilherme)

::: ... folha de são paulo ... :::


FOLHA DE SÃO PAULO - São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006


Poderoso e vulnerável Timão
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA


Peço licença aos santistas e são-paulinos, e a todos os torcedores que amanhã podem se tornar campeões estaduais pelo Brasil afora, mas hoje (doutor, eu não me engano) meu coração é corintiano.
Vi a sofrida vitória alvinegra sobre o Universidad Católica num boteco da pior espécie, abarrotado de corintianos vidrados na transmissão do Sportv. Um sanduíche de queijo quente, algumas cervejas e uma possível gastrite foi o preço que paguei para presenciar o espetáculo, ou melhor, para viver a experiência.
Poucas vezes um time de futebol esteve tão adequadamente à altura de sua mística. Atabalhoado, imprevisível, dramático, vibrante, o Corinthians nunca foi tão Corinthians quanto na noite de quinta-feira. Um time ao mesmo tempo poderoso e vulnerável, como um boxeador que sempre perde ou ganha por nocaute. A vitória por pontos é para os seguros, os frios, os comedidos. Para o bem ou para o mal, o Corinthians é puro fogo.
O jogo teve todos os ingredientes que servem para alimentar as lendas: o alvinegro quase marcou logo no começo, sofreu um gol irregular no minuto seguinte, virou ainda no primeiro tempo, cedeu o empate, voltou do vestiário com os nervos tinindo, teve dois atletas expulsos, encontrou forças para fazer o gol mais bonito da noite e ainda resistir ao cego bombardeio chileno.
O conforto na tabela, o torneio vencido com rodadas de antecipação, a campanha mais regular -a vida fácil, em suma- são coisas que não combinam com o caráter do Corinthians, pelo menos do Corinthians forjado na "longa fila" de 1954 a 1977.
O hino não mente quando diz que o Corinthians é, "do Brasil, o clube mais brasileiro". O brasileiro comum, que não tem imunidade parlamentar, nem conta no exterior, nem parentes importantes, nem anel de doutor, se identifica com a dramática imprevisibilidade posta em cena cada vez que a camisa alvinegra entra em campo.
Nesse salto no escuro, não há salvaguardas, não há direitos adquiridos, nada é seguro. A vida, como escreveu Xico Sá, é uma várzea.
Sei que há contradições nesse quadro. O Corinthians é hoje o clube mais rico do país, o que tem mais jogadores caros. Mas sua massa de torcedores, e o espírito que a anima, impedem-no de se aburguesar, de se tornar um Real Madrid dos trópicos, uma agremiação de barões e cardeais.
A meu ver, não foi por deficiência técnica, nem por desentrosamento com os companheiros, que Roger foi parar no banco nesta hora crucial. Jogador de extremo talento e inteligência, talvez sua imagem blasé não condiga com o clima de entrega e sacrifício característico dos grandes momentos do clube.
E não será por acaso que o ídolo máximo do time é um rapaz feio e descamisado que saiu de Fuerte Apache para lutar por uma bola como quem luta pela vida. E essa luta o torna mais belo que todos os Beckhams e Kakás.





(sem muito mais pra ser dito ...)

domingo, 9 de abril de 2006

::: uma música :::


Show me, show me, show me
How you do that trick
"The one that makes me scream," she said
"The one that makes me laugh," she said
And threw her arms around my neck
Show me how you do it
And I promise you, I promise that
I'll run away with you
I'll run away with you

Spinning on that dizzy edge
I kissed her face, I kissed her neck
And dreamed of all the different ways
I had to make her glow
"Why are you so far away," she said
"Why won't you ever know that I'm in love with you,
That I'm in love with you?"

You... soft and only
You... lost and lonely
You... strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water, you're just like a dream
Just like a dream

Daylight whipped me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I open up my eyes
I find myself alone, alone, alone
Above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me.

You... soft and only
You... lost and lonely
You... just like heaven

( the cure - just like heaven )

terça-feira, 4 de abril de 2006

::: ferréz :::


Família
é sintonia, dizem os poetas urbanos, sobreviventes do inferno, para
aqueles de mentes tristes, porém fascinadas com as ilusões
carnavalescas de um país que luta por seus times de futebol, mas não
luta pela sua dignidade.

(ferréz, reginaldo ferreira da silva)