o que eu gosto nas pessoas é a imperfeição, a existência inevitável dos erros cometidos ... a dificuldade em encontrar caminhos certos ... as perguntas e respostas certas ... gosto da paixão que as pessoas provocam umas nas outras e do fato disso ser incontrolável, de acontecer quando menos se espera ... do fato de não haver horas exatas no coração ... de não haver um controle lógico responsável pelos batimentos ... nem toda a tecnologia pôde ainda invertar tais botões ... gosto do caráter imensurável dos sentimentos humanos ... a volutibilidade ... a presença inesperada que altera as vontades ... gosto das palavras que as pessoas dizem ... às vezes na hora errada, sem pensar nas consequências ... às vezes a pessoa errada ... gosto do reconhecimento de que somos mesmo imperfeitos ... de que sozinhos, somos mesmo muito frágeis ... da dificuldade de se unir sem desavenças ... gosto mesmo da esperança das pessoas humildes, que sonham e não deixam de lutar ... que vivem sem esquecer de sonhar ... que reconhecem o valor das coisas pequenas ... o que eu gosto nas pessoas é a complexidade de suas existências ...
(escrito em 24/01/2004... aos 23, provavelmente insone, provavelmente certo do que queria dizer, provavelmente ouvindo o som do silêncio... antigas madrugadas aos 23...)
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