quinta-feira, 29 de março de 2012

::: uma oração (ou quase isso) :::

Em minhas raras orações formais
Deixo o quarto escuro
E menos peço do que agradeço
Tenho mais a ouvir do que a dizer
Obrigado pelo que trazes
A lua em minha janela
O vento em minha porta
Só peço-te encarecidamente e cada vez mais
os benefícios da dúvida
Que eu menos entenda e ainda assim seja instrumento
No quarto escuro agradeço
pelas sombras e escuridão,
que estas valorizem os dias...
Agradeço pela contradição de deitar insone,
pelas canções ouvidas e armadilhas do mundo
pelos caminhos, rudes e belos,
pela respiração contínua....
Faço meu esse silêncio
Faço uma prece pela paz
Se possível, dentro do meu coração...
Nos corações de quem amo
e nos de quem não ama
Peço paz de dentro pra fora
Lentamente...
Que a minha fé e o meu silêncio façam-me instrumento.
Agradeço pelos caminhos tortos,
dificuldades, sorrisos e lágrimas...
que estes enriqueçam com poesia os dias
e noites insones
Desejo aos gananciosos as riquezas que o dinheiro não pode comprar
Peço-te que eu aprenda a não ser tão egoísta
Um pouco menos a cada dia.
Peço-te para que eu ame e não compreenda
Que eu saiba cada vez mais pra entender cada vez menos...
Faço um pouco meu esse silêncio da noite
Grato pela sua paciência comigo
Grato pela suspeita de que mais alguém esteja a ouvir esse silêncio ensurdecedor...


 (guilherme)
 

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